segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Artistas Relacionados

Abaixo segue três artistas que possuem trabalhos que tem certa relação com a minha poética, seja no quesito sócio-cultural, dualidade de ser e relação artista-obra, o artista inserido em sua própria obra.


  • Virgínia de Medeiros
Virginia de Medeiros nasceu em 1973, em Feira de Santana, Bahia. Vive e trabalha em São Paulo.
Sergio e Simone” (2009/2014), obra que participa da 31ª Bienal de São Paulo (2014) e premiada no 18º Festival de Arte Contemporânea Videobrasil com o Prêmio de Residência ICCo retrata Simone, uma travesti, que morava numa casa arruinada na Ladeira da Montanha, antiga ligação entre a Cidade Alta e Baixa. Como a maioria dos habitantes desta área, uma das mais degradadas da cidade de Salvador, BA, Simone era usuária de drogas e, cerca de um mês depois da primeira filmagem, ele entra em convulsão por causa de uma overdose de crack, seguida de um delírio místico, no qual acredita ter se encontrado com Deus, um encontro que a teria feito escapar da morte. A partir desse episódio Simone abandona a sua condição de travesti, volta para casa dos pais, retoma o seu nome de batismo Sérgio e, num surto de fanatismo, se considera uma das últimas pessoas envidas por Deus para salvar a humanidade.
Nesse trabalho a artista Virginia de Medeiros converge estratégias documentais, para ir além do testemunho, questionando os limites entre realidade e ficção. A artista lida com três pressupostos comuns aos campos da arte e do documentário: o deslocamento, a participação e a fabulação. Adaptando imagens documentais para usos subjetivos, pessoais e conceituais, propiciando a revisão dos modos de leitura e representação da realidade e da alteridade. De Medeiros atua na área de arte e tecnologia com ênfase em vídeo-instalação e audiovisual, sempre buscando convergir linguagens das artes e das mídias, expandido as concepções estéticas e tecnológicas afim de gerar novas possibilidades expressivas.


  • Cinthia Marcelle 
Cinthia Marcelle é bacharel em desenho pela Escola de Belas Artes da UFMG, formou-se em 1999, produz imagens de síntese com fotografias, vídeos, esculturas e instalações, em um trabalho fortemente relacionado à performance. Participou da 29ª Bienal de São Paulo (2010), da 9ª Bienal de Lyon (França, 2007) e da 9ª Bienal de Havana (Cuba, 2006). Suas principais exposições individuais aconteceram na Foyer Gallery, Camberwell College of Arts (Londres, Inglaterra, 2009), Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 2006) e Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, 2004). Em 2010, foi premiada com o Future Generation Art Priz. Cinthia Marcelle vive e trabalha em Belo Horizonte.

  “Cruzada” é um trabalho de Marcelle, em que dezesseis músicos surgem dos quatro cantos de um cruzamento, quatro de cada lado, trajando quatro cores: amarelo, vermelho, azul e verde. Os grupos (grupo dos pratos, grupo dos taróis e bumbos, grupo dos trompetes e trombones, grupo dos bombardinos e tubas), entram em cena, um de cada vez, ao som desencontrado dos instrumentos até alcançarem o centro do cruzamento. Quando todos se vêem na encruzilhada, frente a frente, inicia-se um duelo entre eles, embate que termina em uma coreografia na qual os músicos trocam de lugar, formando então quatro bandas de cores e instrumentos misturados. Ao som de uma mesma canção, enfim harmonizados, os músicos deixam a encruzilhada espalhando-se, cada qual no seu tempo, pelas quatro vias.
Recorrendo a expedientes da performance, da pintura, da videoarte e das artes sonoras, a obra explora a dinâmica entre repetição e variação para suscitar questionamentos sobre embates socioculturais. Dezesseis músicos de banda, divididos em quatro grupos, surgem dos quatros cantos de um cruzamento, trajando, cada grupo, uma cor. Sua música se torna harmoniosa, sincronizada, enquanto a composição de cores se mescla.


  • Felipe Barros
Felipe Barros é formado em Artes Plásticas pela Faculdade Santo Marcelina, em São Paulo, e mestre em Artes pela UNICAMP, Campinas. Desde 2006 trabalha com o audiovisual, sendo a vídeoarte e o documentário suas principais linguagens.
Em seu trabalho “Orawa”, o artista faz uma busca de indícios da relação entre arte e autor, na obra ele explora a superfície do corpo de um maestro de orquestra em ação, como um sucedâneo físico do som, criando grafismos que remetem a uma partitura. O trabalho tem origem de uma pesquisa sobre processo de criação e a relação do artista com seu ofício.




quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Comentário do texto- O video e sua linguagem de Arlindo Machado


“Esse algo que transmite, mesmo não sendo rígido como uma lei, nem estável como uma língua natural, é suficientemente sistemático para garantir a eficácia da comunicação e a inserção do meio como um canal de expressão dentro de uma sociedade.” (pag.10)

Pensando sobre esse trecho do livro O Vídeo e sua Linguagem de Arlindo Machado, cheguei a conclusão de que realmente não existe um manual de como fazer vídeo, ou vídeo-arte. Entretanto, poderíamos considerar qualquer vídeo, feito por qualquer pessoa, através de qualquer suporte, ARTE? Creio eu que não, pois como o autor mesmo fala, o vídeo tem que falar por si só, possuir a eficiência de transmitir o pensamento do artista através de imagens, sons, textos, etc. Ele precisa passar algo para quem o assiste, não pode ser algo sem nexo, a não ser que essa seja realmente a intenção do próprio artista, afinal não quero aqui discutir poética alheia.
Trazendo para o âmbito pessoal, fiquei meditando em como o meu vídeo poderia passar para quem o assistir, a dualidade vivida por mim. Pensando assim,  comecei a produzir alguns vídeos em que eu me encontro agachada no ambiente escuro, meio confusa, atordoada, o vídeo se transcorrerá  nesse ambiente, e na edição eu colocarei janelas que iram se alternar sobre esse quadro com vídeos demonstrando essa dualidade.
Foto: Dinha Argolo                                                                                  10 / 2014



Foto: Dinha Argolo                                                                                      10/ 2014

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Texto- Corpo e Vídeo: O Embate em Direto de Christine Mello

Refletindo sobre o texto Corpo e Vídeo: O Embate em Direto de Christine Mello, é interessante pensar o corpo como transmissor de mensagens e símbolos, e de como ele tem o poder de construir novas formas de pensar e ver determinadas coisas.
Em seu texto Corpo e Vídeo: O Embate em Direto, Christine Mello fala exatamente sobre esse corpo construtor de imagens, de novas realidades e linguagens, desse corpo em deslocamento que sofre influências de outros meios. Após fazer essas afirmações, a autora comprova tais afirmações citado Flávio Carvalho e sua polêmica intervenção/performance Experiência nº 2, na  qual ele faz o percurso contrario a multidão percorrendo a procissão de Corpus Christi. Segundo Christine, Carvalho faz confluir numa mesma ação o emissor e o receptor, ou seja, a artista tem de imediato, em tempo real o retorno do público para com seu trabalho e se torna pioneiro nesse tipo de arte.

[Texto em andamento]

Um olhar sobre...

Sendo provocada a pensar o olhar sobre algo, decidir que nada melhor do que pensar sobre minha vida, minha profissão (modelo), para dessa forma desmistificar a visão restrita de glamour nessa área de atuação.
Com base num texto, escrito por mim dentro do backstage de um desfile, no qual eu fazia uma analise do comportamento das modelos ali presente, e da sensação que em mim havia de ser “um peixe fora d’água”, decidi tornar aquilo que eu sinto, vivo em uma vídeo arte, entretanto, naquele mesmo momento percebi que eu não estava fora, ao contrário, eu estava onde sempre sonhei estar, só não queria ser igual a todos, e como conseqüência sentia-me sozinha. Chega a ser engraçado pensar na dualidade que vivo desde o ano de 2013. Como conciliar a minha origem, do da onde quero ir?
Portanto, na vídeo arte já intitulada de “CARA ou COROA: Um olhar sobre...” irei demonstrar através de cortes, planos e sons essa dualidade vivida por mim, e tentar mostrar o que há por de trás de um desfile de moda, o que as modelos enfrentam antes de chegar ao glamour das passarelas.